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Pedaços de Mar

Mergulhamos num oceano secreto,

onde repousam criaturas marinhas...

 

Neste jardim de corpos orgânicos convive a dualidade.

Existem elementos densos e sólidos a contrastar com estruturas que surgem como gestos de desenho revelados no plano da tridimensionalidade.

 

Os sólidos

Estes seres nascem da modelação fluida, direta, espontânea, são criados a partir de elementos recolhidos em mergulhos imaginários.

Por vezes os sólidos estão povoados por outros mais pequenos, que podem estar pontilhados ou aglomerados nas superficies, e que nos fazem lembrar corais. A partir do momento em que são colocados olhos em alguns desses seres a escultura transforma-se num elemento consciente, que nos observa e nos segue com uma calma delicada, à espera de um toque.

Os sólidos podem ter vértices, espinhos e bicos, são rígidos, firmes e pesados. Os sólidos podem doer...

 

Os vazios

Linhas revoltas, nervosas, erguem-se no espaço à procura de várias direções, numa acção que vai formando uma estrutura de linhas enlaçadas. Deste processo vai exalando uma força de tensão, que surge sem esforço aparente, e nos leva a crer na solidez das formas sem temer o seu colapso.

Estas estruturas, criadas a partir de um material estático e opaco, resultam em volumes que contrariam a natureza da escultura maciça, convidando o observador a mover-se ao seu redor, para, de forma lúdica e através das mesmas, ir tentando vislumbrar a topografia do espaço que as circunda.

 

Os dois

Os sólidos vão-se misturando com os vazios à medida que crescem. Abdicam da sua robustez para permitir um vislumbre do outro lado da sala. Num esforço de tornar o opaco em translucido.

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